Quando você tenta…
aí, depois, tenta novamente… e não chega à lugar algum.
Oito e
trinta e oito
Treze graus
Um positivo
Silêncio
Já falei
Mas vou
repetir
Ninguém
escuta
Ninguém
está aqui
E passeio
em minha companhia
Boa
companhia
Vinho,
cigarro
E solidão
Minhas
palavras
Vão
Ninguém,
Ninguém vem
na contra-mão
Ouço minha
voz
Recebo
minha idéia
Lanço uma
pergunta
E a
resposta… nem sim nem não
Se eu
sempre falei
Sempre
perguntei
Mas estava
só
Resposta
era algo inesperado
Mas agora…
agora
Há um
ouvinte
Acabou de
chegar
Anunciou
sua chegada
Ele não me
responde
Não quer
falar
Não pode
falar
Mas está
aqui
Bem
confortado
Aquecido
Sinto sua
presença
Silenciosa
Tudo muda?!
O mundo
muda?!
Ele, e eu,
Somos
impotentes
Eu falo,
tento
Ele, se faz
presente
Cresce,
divulssiona
E não somos
ouvidos
Ou,
sentidos…
Eu posso
gritar
Ele pode
doer
Mas é tão
angustiante
Porquê nada
muda
Eu vou indo
Levarei
tudo sempre
Temo por
ele
Que menos
pode fazer
Que ironia
Fazer e não
escolher
Existir e
não nascer
Morrer e
não viver
Uma
cobertura
De
indecifrável
De mistério
De
inalcansável
E nos
encontramos
Eu de fora
Ele de
dentro
Mas
impotentes, do mesmo jeito
Não vou
conseguir
Nunca
Me entregar
a indiferença
Ao
insucesso
Ele, sei,
sim eu sei
Também não
o faria
Lutaria,
Se,
possível fosse
Mas ficamos
assim
Eu, falo,
sem ser ouvido
Ele,
cresce, sem ser sentido
E à nossa
volta,
Segue-se a
pintura
Perfeita
Intocada
Que não
ouve nada
Não sente
nada
(Elson Marques Jr.)