sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Estação



Dorme entre meus lençóis
Descansa teu corpo
Éramos somente nós
Teus cabelos e tua voz

Orquestra regida com perfeição
Tuas pernas vibrantes
O coração...
Rompante

Tua boca na minha
Os travesseiros guardam...
Teu gozo cristalino
Teu cheiro...

Não levanta ainda
O final de tarde vai eternizar
Na minha mente vou guardar
A pequena menina...

Um fio preto há de ficar
Com o suor no colchão
Lembrança da
Pretinha
Que comigo ficou uma estação

Não, não levanta ainda
Deixe eu deitar ao teu lado
Olhar nos teus olhos
E perguntar magoado
Por que
uma estação?

Se poderia deitar
Pesar meu corpo sobre o teu
E, mesmo depois do apogeu
Tudo, sempre, sempre, recomeçar...

Entre as tuas pernas
Sim, eu juro,
Poderia até descansar
E esperar um pouco mais
E quando me pedisse
Mais uma vez
Te amar

Ah cabelos pretos
Costas molhadas de suor
Sempre do mesmo jeito
Não conheci prazer maior

Mas sei que vai levantar
E, no meio do verão
Um inverno vai assolar
E, talvez, congelar meu coração

Só me resta aceitar
Pois depois de pedir tua mão
Nada mais consegui enxergar
Tudo agora é solidão

Vou caminhar sem direção
Tentando entender
Com os pés descalços no chão
Por que, depois de tanto prazer
Aquele anjo caído
Não esqueceu
E, alguém resolveu,
Que amor assim não pode ser
Deve-se mesmo é esquecer
Ou então,
Queira ou não,
Apenas,
Sobreviver


(Elson Marques Jr.)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Rumboqui Poesias



Prestar minha homenagem a um jovem escritor e poeta, estudante de medicina, com quem eu tive o prazer de conviver no Rio de Janeiro - RJ, Diego Batista. 


www.rumboquipoesias.blogspot.com


"As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem". (Chico Buarque)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Refletindo um pouco, para variar...

Escrevi essa semana ao tentar, por experiências próprias e de alguns amigos, fazer uma amiga se sentir melhor...
"Se você prestar atenção na sua saudade vai entender ela melhor. O que era bom toma ênfase e suprime os motivos do fim. E você busca uma substituição urgente. Às vezes repete os mesmos erros. E os novos fatos, os novos fracassos substituindo os antigos, já esquecidos, criam um vazio. Mas olhe bem, por fora, com frieza. O que lhe falta não é alguém, mas algo. Algo que o faça sentir-se pleno. Algo que preencha o vazio. E esse vazio não vai ser preenchido com o cigarro ou com uma rede social. O trabalho vai te anestesiar, não te curar. O que você tem que fazer é aprender a viver. Viver uma paisagem. Um pôr-do-sol. Fazer uma viagem. Curtir os amigos. Participar da sua família. Vencer seus medos. Criar objetivos e realizá-los. Entender e conhecer a si próprio. E, então, saber amar. Dar amor. Fazer amor. E conseguir viver bem com quem lhe queira bem, quem você queira bem. E, sempre, superar. Se necessário outra vez recomeçar. Mas sempre sabendo amar". (Elson Marques Jr.)

Delícia de Amor




Delicia de amor
Se apresenta com uma nova cor
Deixa eu tirar sua roupa
Paixão não se poupa
a




Me recebe entre as pernas
Abre a boca, bela
Fecha os olhos
Abre, também, meus sonhos
a




Quanto tempo,
Tempo ingrato castigou
Uma separação
Sem lógica
a




Reencontro, 
Renascer, 
Receber 
O velho novo amor 
a




Sim, amor! 
Só abraça assim quem ama 
Só beija assim quem ama 
Só se entrega assim quem ama... 
a




Só toca 
Só geme 
Só suspira 
Só arranha assim, quem ama! 
a




Só falta admitir 
E, baixinho murmurar 
Que sem mim não quer ficar 
Que, sem nada pedir 
Tudo me deu 
Porque, o seu amor
Sou eu... 
a



(Elson Marques Jr.)

Declaração de Aniversário



Felicito teu dia minha amiga 
Nem precisa que eu lhe diga 
Uma outra primavera passou 
Outro ano chegou

a 
Foram muitas aventuras 
Algumas desventuras 
Sorrisos e risos soltos 
Lágrimas de um choro ou outro

a

Levantou para dar mais um passo 
Se preparou para manter o compasso 
Apesar dos tombos e desencantos 
Não precisa correr tanto 
a
Só não deixa de seguir 
Tenha cuidado ao ouvir 
Saiba a hora certa de sorrir
a//
Não há pessoa mais certa 
Mais experiente 
Que só lhe queira bem 
Do que seu inconsciente
a
Por falar em bem, 
Queira bem quem lhe trata bem 
Mas sem nunca dela tirar 
A esperança de felicidade
a
Não engane ou tente mentir 
Pois começa-se com o próximo  
Para depois, sem sentir 
Iludir a si próprio
a
Mais um ano que chega 
Tantos outros devem vir 
Conserve a voz meiga 
E um belo sorriso a luzir
a
Acredite em Deus 
Pois dos seus ele cuidará 
E muito ajudará 
Quando de um amigo você precisar
a
E, quando eu não mais estiver aqui 
Quando com a morte eu partir 
Irá no ombro dele chorar 
E nova felicidade encontrar
a
Mas a vida faz disso 
Te dá muitos anos 
Põe o amor à porta 
Sem nada em troca
a
Pois tudo que acontece 
Acontece à todos 
E os anos vêm
Sempre
a
E não te preocupas com a idade 
Mas com o que fez no último ano 
Não te preocupas com a pele 
Mas com os carinhos que fizeste
a
Ame seus filhos mais que tudo 
Única possibilidade de amor sem ciúmes 
Com moderação escuta teus pais 
Pois logo não poderá mais
a
A vida vai ser prazerosa 
Não pelas noites em colchões 
Mas por dias de sol ou chuva 
Com alguém que nunca largue sua mão
a
Não distribua silêncio  
Guarde ele para si em oração  
Não me negue um beijo 
Se for esse o desejo sincero do seu coração 
a
Mas sei que sempre levará 
O amor mais lindo que há 
A mais bela amizade que se possa querer
a
Queria tanto tanto poder 
Em 100 anos te dizer  
Que prazer com você envelhecer 
Agradecer
a
Mas ainda faltam 99 primaveras 
E, de forma sincera 
Direta 
Digo 
Vontade maior do que a desse poeta 
De felicitar sua amada 
No seu aniversário  
Com um abraço amoroso 
Não há 
E, à contra-gosto 
Vou me contentar 
Em bom som falar 
Por ti carrego amor 
Feliz aniversário.
a
(Elson Marques Jr.)

Menino Bagunceiro



Vontade de te ligar
Falar tudo e mais
Falar que quero paz
Vontade de te chamar


Mas o certo era esperar
Ver você chegar
No meu corpo se abraçar
E me pedir para ficar


Porque eu já corri
Quase morri
Uma vez desisti
De tanto te querer para mim


E não posso mais
Sozinho lutar
Tentar tudo levar
E, ainda achar
Que devia fazer muito mais


Passo a noite acordado
Pros lados olhando
Os bares arrudiando
Bebendo e fumando


Quando decido deixar
Pra bagunça voltar
Você vem me ligar
Pra nada falar


Dá vontade de correr
Às vezes de morrer
Ou simplesmente esquecer...
Ah se fosse fácil de fazer!


Você acha estranho meu ciúme 
Eu acho estranho sua calma
Como pode me soltar 
No sábado a noite a passear
E nem imaginar
Que na lapa eu podia chegar


E uma vez lá
Alguém me ganhar
Pra casa me levar 
E quem sabe me amar


Quem quer não liga uma vez
Não liga duas ou três
Liga cem e ainda tenta 
Com serenata ou pombo-correio


Mas sempre soube a solução
Dê a seu pai a sua mão
Que esse menino bagunceiro
Depois de enterrar o coração
Vai voltar lá pro sertão
Voltar a sonhar com o São João
Esquecer da solidão
Que uma moça 
Sem compaixão 
À ele apresentou



(Elson Marques Jr.)

Caminhada




Nasci na Bahia, Juazeiro
Morava em Petrolina
Ainda criança mudei pra Salgueiro
Troquei o velho chico pelo Açude Velho

Fui estudar em Recife
Mas a saudade, a saudade...
Voltei para o meu Salgueiro
Troquei o Guararapes pelo Açude Velho

Mais uma vez deixei Salgueiro
Dessa vez o Ceará
E na minha vida outro Juazeiro

Padre Cícero me abraçou
Morei no Crato e em Juazeiro do Norte
A faculdade então, terminou

Não troquei o Norte pelo Açude Velho

Na Bahia, agora na capital
Em Salvador trabalhei
E, mudei, deixando para trás o Carnaval

Não troquei o Pelourinho pelo Açude Velho

No Rio de Janeiro encontro novo lar
Tenho o mar e tenho a lagoa
Mas nunca vou deixar de me lembrar...
Do meu Açude Velho... logo logo vou voltar


(Elson Marques Jr.)

Meu Salgueiro




Não sei se foi o sol
Não sei se foi o som
Não sei se foi ar

Nas tuas ruas a caminhar
O coração a palpitar
A lua a iluminar
A menina a esperar

Não sei se foi o sol
Não sei se foi o som
Não sei se foi ar

Com os amigos saindo
As belezas descobrindo
Os mais velhos sorrindo
Ou a chuva caindo



Não sei se foi o sol
Não sei se foi o som
Não sei se foi ar

Edson e Batista a cantar
Zezito a tocar
As meninas a dançar
Mestre Jaime a fantasiar

Não sei se foi o sol
Não sei se foi o som
Não sei se foi ar

De manhã cedo caminhando
O açude espiando
Os pássaros cantando
A cabeça viajando

Não sei se foi o sol
Não sei se foi o som
Não sei se foi ar

No entanto nasceu
Cresceu
Floresceu
E nunca morreu

Essa paz sem preço
Esse paraíso sem endereço
Esse santuário do aconchego
É o meu Salgueiro



(Elson Marques Jr.)