domingo, 3 de fevereiro de 2013

Alguma coisa




Eu pensei que fosse te ver
Ontem, no restaurante, ou no bar 
Pensei que fosse te encontrar  
No hospital, ou parado no sinal
 


Mês passado te procurei 
Fazendo barulho, encenações 
Na última semana esperei 
Quieto, em silêncio, silenciado...
 


Tentei achá-la no meio do porre 
Bêbado, em meio à fumaça  
E quando acordei busquei-a 
De ressaca, exausto, sem rumo
 


Vou atrás de ti no trabalho 
No mercado, na feira, perdido 
Na praça faço vigília, atento 
Não tomo tento, e ainda acredito
 


Quase consigo te ver em uma 
Ou outra canção, mas nunca vejo 
Nunca vejo... Teu rosto não me vem  
És um retrato antigo, borrado
 


Por que não aparece de vez 
Me traz o teu cheiro 
Mostra tua cor, teus cabelos 
Mostra tuas curvas, teu beijo
 


Me pergunto se te conheço  
Se és real, se tu existes 
Se é só palpite, sonho infantil 
Será que sonha, que espera?
 


Há alguma coisa estúpida  
Nisso de esperar, preparar tudo 
Perseverar, paciente, perseverar 
Imaginar, como seria, como será
 


Sair querendo te encontrar 
Correr para te alcançar 
Dormir para sonhar 
Sonhar para viver 
Viver para te beijar 
E acreditar que  
Quando chegar 
Quando aparecer 
Vou te reconhecer 
E deixar essa estupidez  
De procurar, procurar e procurar







(Elson Marques Jr.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário