Eu pensei que fosse te ver
Ontem, no restaurante, ou no bar
Pensei que fosse te encontrar
No hospital, ou parado no sinal
Mês passado te procurei
Fazendo barulho, encenações
Na última semana esperei
Quieto, em silêncio, silenciado...
Tentei achá-la no meio do porre
Bêbado, em meio à fumaça
E quando acordei busquei-a
De ressaca, exausto, sem rumo
Vou atrás de ti no trabalho
No mercado, na feira, perdido
Na praça faço vigília, atento
Não tomo tento, e ainda acredito
Quase consigo te ver em uma
Ou outra canção, mas nunca vejo
Nunca vejo... Teu rosto não me vem
És um retrato antigo, borrado
Por que não aparece de vez
Me traz o teu cheiro
Mostra tua cor, teus cabelos
Mostra tuas curvas, teu beijo
Me pergunto se te conheço
Se és real, se tu existes
Se é só palpite, sonho infantil
Será que sonha, que espera?
Há alguma coisa estúpida
Nisso de esperar, preparar tudo
Perseverar, paciente, perseverar
Imaginar, como seria, como será
Sair querendo te encontrar
Correr para te alcançar
Dormir para sonhar
Sonhar para viver
Viver para te beijar
E acreditar que
Quando chegar
Quando aparecer
Vou te reconhecer
E deixar essa estupidez
De procurar, procurar e procurar
(Elson Marques Jr.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário